Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Segunda Vida (2Cel)

TEXTO ORIGINAL

Secunda Vita (2Cel) - 214

De transitu sancti patris.

Caput CLXII - Quomodo hortatus est fratres et benedixit in fine.

214 
1 In fine hominis, ait sapiens, denudatio operum illius (cfr. Sir 11,29), quod in sancto isto gloriose cernimus esse completum. 
2 Qui mandatorum Dei viam mentis alacritate percurrens (cfr. Ps 118,32), per omnium virtutum gradus ad summa pervenit, et velut ductile opus, sub multiplicis tribulationis malleo ad perfectionem adductus, omnis consummationis vidit finem (cfr. Ps 118,96). 
3 Tunc enim magis eius mirifica opera colluxerunt, et divinum fuisse omne quod vixit, veritatis iudicio (cfr. Ps 110,7) fulsit, cum vitae mortalis calcatis illecebris, liber evasit ad superos. 
4 Nam mundo vivere (cfr. Gal 2,20) duxit opprobrium, dilexit suos in finem (cfr. Ioa 13,1), mortem cantando suscepit. 
5 Cum enim ad dies iam propinquaret extremos, quibus, finibili luce subtracta, lux perpetua (cfr. 4Esd 2,35) succedebat, virtutis exemplo monstravit, quod nihil commune illi erat cum mundo. 
6 Confectus namque infirmitate illa tam gravi, quae omni languori conclusit, super nudam humum (cfr. Is 14,1) se nudum fecit deponi, ut hora illa extrema, in qua poterat adhuc hostis irasci, ‘nudus luctaretur cum nudo’. 
7 Triumphum revera exspectabat intrepidus, et consertis manibus iustitiae complectebatur coronam (cfr. 2Tim 4,8). 
8 Positus sic in terra (cfr. Iob 20,4), saccina veste deposita, faciem solito levavit ad caelum (cfr. Iob 11,15), et intendens illi gloriae (cfr. Iob 11,5) totus, manu sinistra dextri lateris vulnus, ne videretur, obtexit. 
9 Et ait ad fratres: “Ego quod meum est feci (cfr. 3Re 19,20); quod vestrum est, Christus edoceat (cfr. Eph 4,21)!”.

TEXTO TRADUZIDO

Segunda Vida (2Cel) - 214

Sobre o passamento do santo pai.

Capítulo 162 - Como exortou e abençoou os irmãos no fim.

214 
1 No fim do homem - diz o Sábio - suas obras serão desnudadas (cfr. Eclo 11,29). 
2 Neste santo vemos que isso se realizou por completo, e gloriosamente. Ele percorreu com alegria da mente o caminho dos mandamentos de Deus, chegou ao alto passando pelos degraus de todas as virtudes e viu o fim de toda consumação como uma obra amoldável, aperfeiçoada pelo martelo das múltiplas tribulações. 
3 Quando partiu livre para os céus, pisando as glórias desta vida mortal, resplandeceram mais as suas obras admiráveis, e ficou provado pelo juízo da verdade que tudo que tinha vivido era divino. 
4 Achou que viver para o mundo era um opróbrio, amou os seus até o fim e recebeu a morte cantando. 
5 Sentindo já próximo seus últimos dias, em que a luz perpétua substituiria a luz que se acaba, demonstrou pelo exemplo de sua virtude que não tinha nada em comum com o mundo. 
6 Prostrado pela doença grave que encerrou todos os seus sofrimentos, fez com que o colocassem nu sobre a terra nua, para que, naquela hora extrema em que ainda podia enraivecer o inimigo, estivesse preparado para lutar nu contra o adversário nu. 
7 Na verdade esperava intrepidamente o triunfo e já apertava em suas mãos a coroa da justiça. 
8 Assim, posto no chão, sem a sua roupa de saco, voltou o rosto para o céu como costumava e, todo concentrado naquela glória, cobriu a chaga do lado direito com a mão esquerda, para que não a vissem. 
9 E disse aos frades: “Eu fiz a minha parte; que Cristo vos ensine a cumprir a vossa!”