TEXTO ORIGINAL
215
1 Videntes haec filii producunt rivulos lacrimarum, et de intimis longa trahentes suspiria, ni-mio dolori compatiendo succumbunt.
2 Interea sopitis utcumque singultibus, guardianus eius, qui votum sancti divina verius inspiratione cognovit, festinus surrexit et acceptam cum femoralibus tunicam saccinamque cappellulam, dixit ad patrem:
3 “Tunicam istam et femoralia cum cappellula, obedientiae sanctae mandato, a me tibi accommodatam cognoveris!
4 Sed, ut scias te nihil proprietatis in illis habere, dandi haec alicui omnem tibi aufero potestatem”.
5 Gaudet sanctus et iubilat prae laetitia cordis (cfr. Cant 3,11), quoniam fidem tenuisse dominae paupertati usque in finem se videt.
6 Fecerat enim haec omnia paupertatis zelo, ut nec habitum quidem proprium in fine vellet habere, sed quasi ab altero commodatum.
7 Cappellulam vero saccinam portabat in capite, ut cicatrices contegeret pro sanitate oculorum susceptas, cui satis necessarium erat pileum cuiusvis pretiosae lanae suavitate lenissimum.
TEXTO TRADUZIDO
215
1 Vendo isso, os filhos sucumbiram à dor imensa da compaixão, soltando rios de lágrimas e dando longos suspiros.
2 O seu guardião, contendo os soluços e adivinhando por inspiração divina o que o santo queria, levantou-se, foi correndo buscar uma calça, o hábito de saco e o capuz, e disse ao pai:
3 “Fica sabendo que te empresto, em virtude da obediência, este hábito, as calças e o capuz!
4 Mas para saberes que não tens nenhum direito de propriedade, tiro-te o poder de dá-los a quem quer que seja”.
5 O santo se alegrou e se rejubilou de alegria do coração, vendo que tinha mantido a fidelidade para com a Senhora Pobreza até o fim.
6 Fizera tudo isso por zelo da pobreza, a ponto de não querer ter no fim nem o hábito próprio mas como emprestado por outro.
7 Usara na cabeça o capuz de saco para esconder as cicatrizes da doença dos olhos, quando teria necessidade de um gorro de lã cara, que fosse bem macio.